ATA DA CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 27-11-2003.

 


Aos vinte e sete dias do mês de novembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulinho Ruben Berta, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo e Wilton Araújo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Losada, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Batista Pirulito, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foram aprovadas as Atas da Octogésima Sexta, Octogésima Sétima e Octogésima Oitava Sessões Ordinárias. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 2614, 2615, 2616, 2617, 2618, 2619, 2620, 2621, 2622, 2663, 2664, 2665, 2666, 2667, 2668, 2669, 2670, 2671, 2672, 2673, 2674, 2675, 2676, 2677, 2678, 2679, 2687, 2688, 2689, 2690, 2691, 2692, 2693 e 2694/03 (Processos nos 6487, 6488, 6489, 6490, 6491, 6492, 6493, 6494, 6495, 6564, 6565, 6566, 6567, 6568, 6570, 6571, 6572, 6581, 6583, 6584, 6585, 6589, 6590, 6591, 6593, 6594, 6613, 6614, 6615, 6616, 6617, 6619, 6621 e 6623/03, respectivamente); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Pedido de Providências nº 2623/03 (Processo nº 6500/03): pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 468/03 (Processo nº 6578/03); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Providências nº 2695/03 (Processo nº 6624/03); pelo Vereador Wilton Araújo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 461/03 (Processo nº 6444/03). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10597050, 10597064, 10605368, 10605441, 10605463, 10605502, 10605522 e 10605902/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei registrou a transcurso, no dia vinte e cinco de novembro, do Dia Internacional do Combate Contra a Violência às Mulheres, mencionando eventos a respeito programados em diversos países e chamando a atenção para paradigmas hoje existentes sobre o assunto. Nesse sentido, defendeu a adoção de mudanças sociais efetivas para que sejam garantidas condições de igualdade às mulheres. O Vereador Nereu D’Avila comentou a atuação do Senhor Adeli Sell à frente da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, destacando relações mantidas por Sua Senhoria com entidades empresariais gaúchas e medidas adotadas quanto ao comércio informal em Porto Alegre. Ainda, elogiou atitude da Senadora Heloísa Helena, do Partido dos Trabalhadores, de votar contrariamente ao Projeto de Emenda Constitucional nº 040/03. O Vereador Sebastião Melo discorreu sobre a posição assumida pelo Senador Paulo Paim, ao votar favoravelmente ao Projeto de Emenda Constitucional n° 040/03. Também, sugeriu a realização de reunião do Colégio de Líderes com a Mesa Diretora da Casa, para discussão da forma de encaminhamento do Projeto de Lei do Executivo n° 041/03, tendo em vista anúncio do Vereador Marcelo Danéris, de que solicitaria a renovação da votação desse Projeto. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca de seu discurso em Comunicações, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes, sendo retomados às quinze horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion saudou o transcurso do vigésimo aniversário do movimento pelas Diretas Já, lembrando que, em mil novecentos e oitenta e três, foi realizado em São Paulo o primeiro Comício da Cidadania Brasileira. Ainda, referiu-se ao dia vinte e cinco de novembro, Dia Internacional do Combate Contra a Violência às Mulheres, noticiando a realização de ato na Praça da Matriz, em Porto Alegre, a respeito dessa data. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion, abordando a questão violência familiar no Estado, discorreu sobre o Dia Internacional do Combate Contra a Violência às Mulheres, mencionando o 1º Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, ocorrido na Colômbia, no dia vinte e cinco de novembro do corrente. Também, rebateu críticas feitas ao Senador Paulo Paim, do PT, que votou favoravelmente à aprovação das Reformas Previdenciárias no Congresso Nacional. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol comentou o trabalho desenvolvido pelo posto de atendimento médico da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA – no Bairro Restinga, destacando a importância desse serviço prestado à comunidade. Também, referiu-se a votação, ontem, no Congresso Nacional, da Reforma da Previdência, manifestando seu descontentamento com a aprovação desse Projeto em primeiro turno e com os votos de apoio dados pelos três Senadores gaúchos. A seguir, constatada a existência de quórum, foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Renato Guimarães e Darci Campani, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossados na vereança o Suplente João Batista Pirulito, em substituição ao Vereador Renato Guimarães, e o Suplente Antonio Losada, em substituição ao Vereador Darci Campani, informando que Suas Excelências integrarão, respectivamente, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente e a Comissão de Economia, Orçamento, Finanças do MERCOSUL. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Berna Menezes e Juberlei Bacelo em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição aos Vereadores Renato Guimarães e Darci Campani. O Vereador Antonio Losada registrou a realização, em Porto Alegre, da Marcha dos Sem, movimento que reivindicou melhorias na qualidade de vida da população, e elogiou a aprovação, nesta Casa, da regulamentação dos horários de funcionamento do comércio aos domingos e feriados. Ainda, discorreu sobre a determinação de etiquetagem de produtos nos supermercados da Cidade e abordou a posição adotada pelo Senador Paulo Paim, com relação à Reforma da Previdência. O Vereador Pedro Américo Leal acusou o recebimento de manifesto público do Conselho do Programa do Orçamento Participativo, o qual afirma que o número de Emendas apresentadas por este Legislativo descaracteriza a proposta orçamentária do Município de Porto Alegre para o ano de dois mil e quatro. Nesse sentido, criticou a elaboração desse documento e debateu questões relativas à participação e representatividade popular nas decisões do Governo Municipal. A Vereadora Margarete Moraes teceu considerações a respeito do pronunciamento realizado pelo Vereador Sebastião Melo, em Comunicações, contestando críticas efetuadas por Sua Excelência ao Senador Paulo Paim, relativamente à votação do Projeto de Emenda Constitucional n° 040/03. Também, referindo-se ao discurso do Vereador Nereu D'Avila, em Comunicações, apoiou a atuação do Senhor Adeli Sell à frente da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 120 e 112/03, este discutido pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Projetos de Lei do Legislativo nos 460, 463 e 450/03, este discutido pela Vereadora Maristela Maffei e pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Projetos de Lei do Executivo nos 051 e 052/03, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 020/03; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução n° 099 e 119/03; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 018/03, os Projetos de Lei do Legislativo nos 451, 454 e 457/03, este discutido pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Resolução n° 118/03, o Projeto de Lei do Executivo n° 050/03. Também, os Vereadores Wilton Araújo e Paulinho Ruben Berta manifestaram-se durante o período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia referiu-se às reformas previdenciárias propostas pelo Governo Federal, analisando as conseqüências dos descontos nos proventos recebidos pelos aposentados, a partir da aprovação desse Projeto no Senado Federal. Nesse contexto, discutiu as dificuldades enfrentadas pelas pessoas idosas na busca de assistência médica e a maior necessidade do uso de medicamentos por essa parcela da população. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 19, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03, por vinte e cinco votos SIM, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Raul Carrion e Nereu D'Avila, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Antonio Losada, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulinho Ruben Berta, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 21, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03, por quinze votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Haroldo de Souza, Juarez Pinheiro, Cláudio Sebenelo e João Carlos Nedel, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulinho Ruben Berta, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Antonio Losada, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, João Batista Pirulito, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Zé Valdir. Na ocasião, o Vereador Marcelo Danéris apresentou Requerimento, solicitando a anulação da votação da Emenda nº 12, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03, tendo o Senhor Presidente convocado extraordinariamente a Comissão de Constituição e Justiça para análise desse Requerimento e, face manifestações do Vereador Luiz Braz, prestado esclarecimentos acerca do assunto. Às dezesseis horas e cinqüenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente prestou informações acerca dos trabalhos da presente Sessão, tendo se manifestado a respeito os Vereadores Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Às dezoito horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às vinte horas e dez minutos, constatada a existência de quorum. Após, foi apregoado Requerimento do Vereador Marcelo Danéris, solicitando a renovação da votação do Projeto de Lei do Executivo nº 041/03, tendo se manifestado a respeito o Vereador Reginaldo Pujol. Em prosseguimento, o Vereador Reginaldo Pujol, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, informou ter deferido pedido de vista ao Parecer de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, referente à regimentalidade do Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, que solicita anulação da votação da Emenda 12, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03. Também, informou que a Comissão de Constituição e Justiça se reunirá no dia primeiro de dezembro do corrente, para apreciação desse Parecer, tendo o Senhor Presidente se pronunciado acerca da reunião hoje realizada pela Comissão de Constituição e Justiça e tendo se manifestado a respeito o Vereador Reginaldo Pujol. Às vinte horas e quatorze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador João Antonio Dib e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Vereadores presentes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras, senhores, estamos numa semana muito importante, não apenas para a nossa Cidade, mas também para toda a humanidade.

Já falamos sobre o assunto em outro momento, que é com referência à questão da violência que as mulheres sofrem na nossa sociedade.

Temos uma realidade muito dura colocada sob a ótica privada, entre quatro paredes, como se o restante da sociedade não tivesse nada a ver com a problemática.

Soubemos que em cinco anos de vida de trabalho de uma mulher, pela violência sofrida pelo marido, pelo companheiro, na sua casa, significa um ano de perda de trabalho devido ao sofrimento pela violência psicológica, física e sexual.

Temos de separar essas questões no sentido de pararmos com o estigma de que em briga de marido e mulher, de companheiro, não se mete a colher. Temos de parar com esse discurso fácil, pararmos com a omissão frente a esse problema tão sério, que é a violência que a mulher sofre na sociedade.

Se pegarmos a Bíblia, veremos que da costela de Adão nasceu uma mulher, ou de que ao lado de um grande homem tem sempre uma grande mulher.

Temos de quebrar alguns paradigmas, porque, na verdade, no Gênese, reaprendemos algumas questões teológicas muito importantes, porque, quando se diz que da costela pode ter saído a mulher, é porque são células e células, e se somos à imagem e semelhança de Deus, na questão Bíblica, então, a mulher não tem diferença, a não ser a diferença biológica, porque o homem tem um tipo biológico, e a mulher tem outro tipo que nós defendemos, mas, por trás disso, também vem a questão de dominação, a questão do menor salário, a questão da discriminação.

E na chamada modernidade somos cada vez mais levados a acreditar nessa farsa, porque as mulheres são a maioria da humanidade. Elas fazem nos sete dias da semana o trabalho doméstico por amor. Só que, na hora de ir lá bater na Previdência e pedir um respaldo previdenciário, um salário mínimo, aí, nada é por amor, tudo custa muito caro.

Na grande maioria, nós sabemos, que é uma batida em vão, porque não existe respaldo em relação a isso.

Primeiro ela foi criada com um dono, que é o seu pai; depois, ela passa para as mãos do marido, quando afirma um termo. Um casamento, um sacerdócio é para as pessoas serem felizes, e não para serem escravas; é para elas terem liberdade junto com seu companheiro, e não para uma submissão simplesmente servil. A mulher não pode apenas sair de casa para complementar o salário do marido. Nós temos que começar a criar novos paradigmas: que a mulher saia de casa para exercer aquilo que ela realmente tem como profissão. Existem mulheres que gostam de ficar em casa. Parabéns, que bom! Elas gostam de fazer. Mas a grande maioria não é feliz, e nós nascemos para ser felizes.

Então, nós estamos lutando para denunciar a violência que a mulher sofre, a violência física, que é aquela que marca no lombo, a dor que aparece. A violência psicológica, que é a pior que existe, pois é aquela que faz com que a mulher se sinta inferior, é aquele companheiro que diz: você não presta, você não sabe, você é isso ou você é aquilo. Então, a mulher tem de denunciar isso também como agressão. E a violência sexual que é aquela que, mesmo a mulher sendo casada, às vezes, ela tem de manter relações sexuais à força.

Isso tudo temos de começar a explicitar para a sociedade e colocar como direito seu, e para isso já temos tantos organismos que a nossa Prefeitura Municipal de Porto Alegre criou como a Casa Viva Maria, como as políticas sociais, como as casas de passagem, como a THEMIS, que nos atende, dando assessoria jurídica, como a Delegacia de Mulheres, que é no Palácio da Polícia, e que nós temos de ir para lá, porque lá nós temos outro tratamento.

Vamos seguir falando sobre esse tema e esperando que a sociedade, principalmente os companheiros homens que são abertos, comecem a compreender que nós não queremos um novo reino matriarcal, nós queremos nos somar com aquilo que é digno e justo para todo o ser humano. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente da Casa, Ver. João Antonio Dib, Sra. Secretária Maria Celeste, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, os jornais de hoje nos dão conta que o Secretário da SMIC do Município de Porto Alegre, Secretário do Partido dos Trabalhadores, vamos deixar bem claro, foi delirantemente aplaudido pelos empresários, pelos comerciantes, pelo alto comércio, pela FEDERASUL, pelas suas atitudes quixotescas, pelo seu discurso avassalador contra os pequenos, contra os menores, contra os camelôs, contra os excluídos, contra os desempregados desta Cidade.

Este filme eu já vi. Quando fui Secretário da SMIC, também fui bajulado, lambido por esses setores que não dão voto, mas têm altos interesses, e, evidentemente, o Secretário está com sua trajetória carimbada. As fotos nos jornais, dele, ou ele está com um trator passando para a imprensa, para mídia a imagem de destruidor de contrabando, botando fogo nisso e naquilo, e por outro lado, as outras imagens da mídia sempre aparecem ao lado da FEDERASUL, do FECOMÉRCIO, do Sr. Marconato, do Sindicato dos Lojistas, enfim, e combatendo camelôs, chamando os camelôs de bandidos. Tomou uma posição, aliás, seguindo o que o Governo Lula fez em relação ao FMI.

Eu saúdo, daqui desta tribuna, a atitude da Senadora Heloísa Helena, a única que teve a coragem, porque quando ela era Líder do PT, no Senado, ao Fernando Henrique Cardoso, ela era aplaudida pelos seus correligionários do PT pela sua coerência em combater aquilo que hoje é igual no Governo Lula ao que o Fernando Henrique fazia, e que ela combatia. Então, essa Senadora foi a única que teve a coragem política, apesar da sua fragilidade pessoal, da sua feminilidade, da sua doçura de mulher, que, debulhando-se em lágrimas por essa avalanche, resistiu. Que bravura de civilidade! Que coragem cívica tem essa mulher do Nordeste! A única que não capitulou. O próprio Senador Paim, em discurso, disse: “Vou votar a favor, sempre fui contra, mas vou confiar na palavra do Presidente Lula”. Ora, cuidado, Senador! Nós todos que votamos nele também confiamos e deu no que deu. Primeiro ato foi buscar o mais identificado com o FMI para colocar numa alta função da República. E, hoje, ninguém mais tem dúvida de que o Governo abandonou aqueles discursos pelos quais foi eleito e adjudicou-se às políticas neoliberais de Fernando Henrique, que eram vociferadas, não eram criticadas, eram vociferadas pelo Partido dos Trabalhadores.

Então, o nosso Secretário da SMIC segue também essa trilha. Eu não acho que seja triunfo para o Partido dos Trabalhadores ser aplaudido na FEDERASUL, porque eu já conheço, já estive lá, outros já estiveram e sabem que aqueles só batem palmas para quem trabalha pelos interesses do alto comércio de Porto Alegre, pelos interesses que, exatamente, o Partido dos Trabalhadores diz que é o contrário disso, que é o contra-senso disso.

A última do Secretário, agora, é exigir que aqueles que fazem churrasquinho, os mais humildes da Cidade, os que, quando tem jogo, seja no Beira Rio, no Olímpico ou no Tesourinha, vão lá com seus churrasquinhos para tirar uns trocados para alimentar a sua família, agora, o Secretário exige que sejam a gás. E sabe quanto sai isso? Isso sai em torno de 3 mil reais, que, para um miserável que vende churrasquinho – aliás, não é só para ele, para qualquer um - é dinheiro. Exige, em nome de uma moralidade entre aspas; moralidade entre aspas!

Eu quero dizer ao meu amigo Adeli Sell, que ele está na contramão do que pregamos, nós, que defendemos os trabalhadores. Não podemos ameaçar os pequenos, humilhar os menores. Existem problemas com os camelôs? Isso existia desde que o primeiro camelô se instalou em Porto Alegre.

Perdão, Sr. Presidente, venceu o meu tempo. Eu pensei que ainda faltasse um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há problema, Vereador, conclua.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Só para encerrar, quero dizer que, em nome da amizade que tenho pelo Secretário, que é pessoal – evidentemente, politicamente estou desencantado com a sua atuação -, gostaria de estar aqui a elogiá-lo na defesa dos menores, dos excluídos, daquilo por que não só o Partido dos Trabalhadores, mas o meu PDT luta e lutará sempre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações por transposição de tempo com o Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Elói Guimarães, esta Casa faz muitas homenagens, oferece muitos troféus, e talvez a Bancada governista pudesse propor aqui um projeto de “troféu equilibrista” ao Senador Paim. Esta Casa, com certeza, poderia apreciar, não é, Ver. Elói? Ele passou seis meses na mídia dizendo que ia votar com os trabalhadores e aí, na hora da votação, foi lá e votou com o FMI. Fica aqui esta provocação, Ver. Elói, talvez V. Exa. pudesse fazer essa proposição. Gostaria de apreciá-lo nesta Casa.

Eu quero aqui, companheiro Wilton Araújo, fazer uma reflexão coletiva do tema que nós vamos discutir esta tarde, que é o Orçamento da cidade de Porto Alegre.

Esta Casa, Ver. Pedro Américo Leal, independentemente de os Vereadores serem de a, b, c, ou qualquer Partido político, tem sempre um equilíbrio nas matérias de fundo, conduz isso com muita tranqüilidade. Eu acho que a Sessão de ontem não foi uma boa Sessão. Quando erramos, devemos dividir os erros; a Mesa teve, em alguns momentos, uma condução equivocada; as oposições também cometeram seus equívocos, Ver. Haroldo de Souza, porque deveria ter dado o quórum de 17 votos e, portanto, nós teríamos votado.

Agora, Presidente e meus queridos Vereadores, acho que temos de encontrar um caminho. O que diz o nosso Regimento? O nosso Regimento diz que é possível a renovação de votação. Nós votamos o Orçamento e duas Emendas. Para fazer, Ver. Nereu D’Avila, a renovação de votação, nós temos de votar as quarenta e poucas Emendas e, no final, pedir a renovação de votação do conjunto do Projeto. Alguém poderá fazer uma interpretação forçada, ou fruto de um acordo aqui nesta Casa, Vereador-Presidente e Ver. Elói Guimarães – e quero chamar a atenção de V. Exas. para esta reflexão -, e, se for fruto de um acordo com todos os Partidos, talvez nós pudéssemos renovar a votação do Orçamento e das duas Emendas e depois seguir a votação, porque, caso contrário, não havendo esse acordo, nós vamos ter de votar as 45 Emendas; no final, a Liderança do Governo vai pedir a renovação. Passando o requerimento da renovação, teremos de convocar uma Sessão Extraordinária, e, depois da Sessão Extraordinária, vamos ter de votar o Orçamento e as 50 Emendas em renovação. Então, o que estou propondo, aqui, Ver. Marcelo Danéris, Líder do Governo – e não o vejo, neste momento, aqui no plenário -, e proponho ao meu Líder de oposição, que é o Ver. Wilton Araújo, que ainda agora, neste período de Comunicações, o Presidente passe, quem sabe, os trabalhos ao seu Vice-Presidente, e que nós, as Lideranças, fôssemos à sala da Presidência, juntamente com o Presidente da Casa, e possamos encontrar um caminho para encaminhar esta matéria, porque, no mérito, cada um vai votar e vai disputar suas Emendas - e eu não vou abrir mão de disputar as Emendas. Não vou sustentar todas, mas vou disputar no voto as Emendas que apresentei. Agora, acho que nós poderíamos encontrar o caminho da razoabilidade, de como nós poderíamos encaminhar esse assunto, e deixar para cada um se posicionar sobre a questão do mérito. Eu estou querendo discutir, agora, procedimentos, porque, caso contrário, Sr. Presidente, vão surgir 200 questões de ordem, vão surgir 20 impugnações, e nós vamos, aqui, durante toda a tarde, trabalhar em cima de impugnações, de recursos da Comissão de Justiça e, conseqüentemente, nós vamos chegar ao final da tarde sem votarmos o Orçamento.

Então, eu que sou, talvez, nesta Casa o mais ferrenho opositor e fiscalizador, quero propor, aqui, aos meus colegas, especialmente da oposição e do Governo, que nós possamos juntos encontrar uma solução, e vamos disputar no mérito as nossas posições políticas. Muito obrigado, Srs. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa, atenta à proposição do Ver. Sebastião Melo, convida as Lideranças para uma reunião no Gabinete da Presidência, e a Sessão continua com o Ver. Elói Guimarães na presidência dos trabalhos.

Eu convido os Líderes de Bancada que estejam nos seus gabinetes, por favor, que compareçam para uma breve reunião no Gabinete da Presidência.

O Ver. Raul Carrion, que está com a palavra em Comunicações, passa para o final para que possa ir à reunião.

O Ver. Reginaldo Pujol também troca. Só há Lideranças inscritas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu fui instado pelo colega Ver. Beto Moesch, e, se é que eu coloquei dessa forma, eu quero corrigir. Eu disse que eu sou um dos fiscalizadores do Governo Municipal e não o fiscalizador, como ele entendeu. Então, portanto, eu quero corrigir o discurso, que foi colocado dessa forma, dizer que eu sou um dos opositores.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vossa Excelência colocou corretamente: “um dos mais contundentes”, não foi “o”, foi “um dos”. Eu estava atento ao pronunciamento de Vossa Excelência.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h38min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 15h23min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. João Antonio Dib, demais Vereadores, Vereadoras, quero saudar a todos que nos assistem aqui, nos prestigiando com a sua presença e acompanhando a votação do Orçamento, e também os que nos acompanham através da TVCâmara.

Em primeiro lugar, queríamos, neste período de Comunicações, fazer referência à passagem no dia de hoje dos 21 anos do início das mobilizações pelas "Diretas Já". No dia 27 de novembro de 1983, realizou-se em São Paulo o primeiro comício da cidadania brasileira, que foi uma longa caminhada de 51 comícios, se considerarmos só os principais, que levaram ao fim do regime militar, num processo complexo de vai-e-vem. Nessa caminhada, Porto Alegre foi sede de pelo menos dois comícios: um em 13 de janeiro de 1984 e depois o grande comício do dia 13 de abril de 1984, o maior comício que esta Cidade já conheceu, com 100 a 200 mil pessoas. É importante, inclusive, destacar e parabenizar o "Correio do Povo", parece-me que foi o único jornal deste Estado que lembrou uma data tão significativa, depois de 21 anos de um regime de força, de um regime ditatorial, nós tivemos a possibilidade de voltar a eleger os nossos governantes, voltar a eleger os nossos parlamentares. Evidentemente, todos nós sabemos que a Emenda das Diretas, apesar de fazer uma grande maioria no Congresso Nacional, ela não se tornou vitoriosa, porque eram necessários dois terços, foi preciso o caminho do Colégio Eleitoral para, enfim, o povo brasileiro retomar o regime democrático, realizar a Constituinte, retomar as eleições e assim por diante.

Em segundo lugar, queríamos registrar, neste período de Comunicações, a passagem nesta terça-feira, dia 25 de novembro, da Data Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, que foi registrada na nossa Capital através de um ato na Praça da Matriz, onde as mulheres relembraram essa data, que foi escolhida porque nesse dia, no ano de 1990, três mulheres, três irmãs, as irmãs Minerva, Maria Teresa e Patrícia Mirabal, que se opunham ao regime do General Rafael Trujillo, na República Dominicana, foram aprisionadas, torturadas, sofreram as maiores violências e foram mortas pela ditadura de Trujillo.

Por isso, alguns anos depois, no 1º Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, que se realizou em Bogotá, na Colômbia, as mulheres decidiram que essa data, o dia 25 de novembro, doravante fosse uma data internacional em homenagem às mulheres e contra a violência que contra elas se abate.

As próprias Nações Unidas, por intermédio da UNIFEM, tornaram essa data uma data internacional.

Estudos feitos na África do Sul, na Austrália, Canadá, Estados Unidos e Israel, feitos pela ONU, mostram que uma em cada três mulheres do mundo sofre maus-tratos e, o que é pior, em ambiente familiar. Aquilo que a sociedade repudia, quando é feito na rua, ao olhar de todos, escondidamente, em atos covardes, as mulheres são submetidas a isso nos seus lares.

Pesquisas realizadas em 1999 indicam que, nos Estados Unidos, 20% das mulheres sofrem algum tipo de agressão física pelos seus entes queridos. Na Índia, cinco mulheres são assassinadas por dia, em conseqüência de disputa relacionada com o dote. Na África, seis mil meninas, quase 2 milhões de mulheres ao ano sofrem mutilação genital.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por favor, conclua, nobre Vereador.

 

O SR. RAUL CARRION: Eu solicito o meu tempo de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Na América Latina, de 25% a 50% das mulheres, conforme o país, são vítimas de violência doméstica. No Brasil, uma mulher, a cada 15 segundos, é agredida ou espancada, sendo que 70% delas o são pelo próprio marido, companheiro, noivo ou namorado. A maioria dessas agressões têm seqüelas psicológicas terríveis, porque uma coisa é uma agressão de um estranho na rua; outra coisa é agressão do próprio esposo, com quem, à noite, ela estará no mesmo leito.

Por tudo isso, nós precisamos fazer com que essa Data Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher seja registrada, seja lembrada, e sirva de lição, de reflexão para todos nós.

Hoje, essas denúncias ocorrem em número muito limitado, e a maioria delas ou é arquivada ou a pena é transformada numa cesta básica às mulheres agredidas.

É preciso ainda dizer que a violência sexual que nós observamos na nossa sociedade é outra forma terrível de violência contra a mulher. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, pelo menos um milhão e duzentas mil crianças e adolescentes do mundo são vítimas, anualmente, de exploração sexual. No Brasil, são as mulheres e as meninas negras, mestiças, entre 15 e 27 anos, as mais atingidas. Existem 241 rotas de tráfico de mulheres identificadas no nosso País, das quais 131 são rotas internacionais e 110 são rotas domésticas.

É importante dizer que, apesar de tudo isso, em todo o Estado do Rio Grande do Sul existem apenas cinco Delegacias da Mulher, delegacias especializadas que contam com Delegadas mulheres, em que esse atendimento pode ser diferenciado. E há, apenas, 27 postos policiais da mulher, num Estado com 497 Municípios. Existe, em Porto Alegre, apenas um Abrigo, o Abrigo Viva Maria, dedicado a aceitar, a recolher e a dar uma assistência para a mulher agredida – dentre 497 Municípios. Portanto, temos de sair do mero discurso, e é preciso que os Municípios, que o Governo do Estado, a quem está afeta a questão da segurança, assuma a questão das Delegacias da Mulher.

Para finalizar, com referência à provocação do Ver. Sebastião Melo de que o Senador Paim aprovou a Reforma da Previdência, Reforma com relação à qual nós, do PCdoB, temos uma posição extremamente crítica e lutamos durante todo esse tempo para que ela fosse aperfeiçoada, para que se recuperassem direitos, e muito se avançou. O Senador Paim foi criticado - não temos procuração para defendê-lo -, mas lutou bravamente no Senado para que houvesse avanços. Existem compromissos do Governo Federal de avanços importantes nesse sentido. Mas queríamos chamar a atenção do Ver. Sebastião Melo com relação ao fato de que o seu líder maior, o Senador Simon, votou a favor também! Então, onde está a coerência do Ver. Sebastião Melo que vê um “cisco no olho” dos adversários - do Senador Paim - e é incapaz de ver que o seu Senador, o Senador Simon, não só votou a favor, como foi à tribuna para defender?! E quero dizer que também o Senador do PDT votou a favor. Portanto, há muito jogo para a torcida aqui, há muito discurso para fazer bonito, mas pouca coerência, e eu registro a pouca coerência do Ver. Sebastião Melo nessa questão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, encontrava-me até há pouco tempo com o Ver. Dr. Goulart, buscando o equacionamento de uma situação que permita o prosseguimento das atividades da ULBRA na Vila Restinga, por meio do atendimento que vem, nos últimos dez anos, sendo prestado pela área médica dessa entidade que nasceu como instrumento de educação e que, hoje, tem ampla atividade na área da saúde.

Mas, chegando aqui, eu observei um pronunciamento violento do Ver. Raul Carrion dirigido ao Ver. Sebastião Melo a respeito da decisão de ontem, no Congresso Nacional, que eu não acredito que vá ser objeto de aplauso desta Casa. Eu acho que nós todos estamos de luto, inclusive eu, que tive sete Senadores do meu Partido convalescendo dessa equivocada decisão.

É verdade que decisões parlamentares a gente acolhe, se curva, procura repará-las da forma mais adequada possível. É provável que essa receita até possa ser aplicada em algumas situações vivenciadas presentemente na Casa e, de certa maneira, perplexadas, mais precisamente, diante de uma votação que ocorreu no dia de ontem.

Quem entra num debate, como eu estou entrando, em andamento, pode correr o risco de cometer alguma impropriedade, mas não pode correr o risco de se omitir desse processo e desse debate. Eu, certamente, ao tempo que manifesto o meu desencanto, o meu desagrado com os acontecimentos que envolveram, ontem, o Senado Federal, presidido por um homem que o Rio Grande do Sul não gosta e pelo qual eu tenho grande respeito, que é o ex-Presidente Sarney, que foi ontem motorista duma patrola que vitimou os aposentados, as pensionistas, os contribuintes da Previdência Social; uma tarde-noite melancólica, Ver. Luiz Braz, no Congresso Nacional. O Partido de Vossa Excelência e do Ver. Cláudio Sebenelo teve um desempenho mais pífio do que o meu. Eu não perdôo o meu, apesar de que, majoritariamente, nós tenhamos mantido a posição em defesa dos aposentados, em defesa das pensionistas, em defesa do servidor público em geral, apesar de que, em cada três Senadores do PFL, dois mantiveram a posição, isso não desonera um segmento expressivo dentro do meu Partido, mas nos dá mais elementos ainda para que nós tenhamos, Ver. Elói Guimarães - e eu o ouvi numa emissora de rádio e o li, hoje, no Jornal do Comércio -, sobre essa situação muito desagradável em que, infelizmente, os três Senadores do Rio Grande do Sul, que representam três correntes de pensamentos diferentes, compartilharam com essa patrola. Eu até acredito na boa-fé de alguns, confiando nas tais Emendas paralelas, que é uma “conversa para boi dormir”, e o tipo daquela conversinha “me engana que eu gosto”. Então, foi, indiscutivelmente, uma das mais desagradáveis Sessões do Senado Federal brasileiro, esse Senado que marca o espírito venerativo deste País.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, apenas para concordar com V. Exa. nas críticas que faz com relação aos nossos Partidos, inclusive o meu Partido que V. Exa. citou, na atuação, ontem, no Congresso Nacional.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. e concluo, dizendo que faço esse registro com muito pesar, até porque tive oportunidade de saudar, desta tribuna, Ver. João Antonio Dib, há poucos dias, em Sessão promovida pelo Ver. Raul Carrion, o Senador Paulo Paim, cumprimentando-o na ocasião e centrando meu pronunciamento numa homenagem a sua coerência. Devo dizer, com tristeza, que, lamentavelmente, hoje, eu não poderia fazer o mesmo pronunciamento. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Renato Guimarães e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Darci Campani solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Darci Campani e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Antônio Losada está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, na condição de Suplente, estou hoje exercendo a titularidade, em função do licenciamento do Ver. Renato Guimarães. Eu quero aproveitar esta oportunidade para registrar, desta tribuna, uma das manifestações mais importantes que ocorreu em Porto Alegre, nos últimos anos; A Marcha dos Sem, no dia 21 de novembro. Essa Marcha reuniu trabalhadores do campo e da cidade, em uma manifestação que reuniu mais de 10 mil pessoas, reivindicando melhorias na qualidade de vida: habitação, terra para trabalhar, melhor saúde, melhor salário para os nossos professores. Essa manifestação teve uma repercussão muito grande na Cidade. Entretanto, a grande imprensa procura sempre omitir, porque trata-se de uma manifestação, de uma composição social formada por trabalhadores urbanos e trabalhadores rurais, com proposta nascida no seio desses trabalhadores e, portanto, corresponde, realmente, aos desejos dos trabalhadores.

Nós também queremos parabenizar a Câmara de Vereadores pela votação, regulamentando o trabalho aos domingos; um verdadeiro absurdo que vinha ocorrendo em nossa Cidade. Esta Câmara regulamentou, destinando seis domingos apenas, para os trabalhadores do comércio desenvolverem as suas atividades nas grandes redes, sendo que o pequeno comércio, aquele que é atendido por familiares, pode abrir, permanentemente, todos os domingos. Sem dúvida, essa é uma grande conquista dos trabalhadores de Porto Alegre, principalmente para os trabalhadores do comércio. Trabalhadores esses que vinham sendo escravizados, trabalhando aos domingos, das 9 da manhã às 21 horas, muitas vezes fechando 12, 14 horas de trabalho. Então, esse absurdo a Câmara de Vereadores interrompeu, que se continuasse essa escravização dos trabalhadores comerciários.

Nós também queremos registrar a luta que nós travamos para a afixação dos preços: etiquetas com preços em reais em todas as mercadorias comercializadas em supermercados, substituindo ou estabelecendo esse preço em reais juntamente com o código de barras. Infelizmente, os supermercados não têm cumprido essa determinação do Ministério da Justiça, e nós, aqui desta tribuna, queremos denunciar que o consumidor exige transparência. Esses supermercados têm lucros astronômicos e não querem nem dizer o preço das mercadorias, de uma maneira transparente, que são oferecidas aos consumidores da nossa Cidade e do nosso País.

Por fim, nós queremos prestar solidariedade ao nosso Senador, que foi muito criticado, desta tribuna, por um Vereador do PMDB. Nós queremos prestar solidariedade ao Senador Paulo Paim, que tem uma trajetória no movimento sindical, no movimento operário, de fazer inveja a qualquer parlamentar deste País. Paulo Paim, recentemente, aprovou o Estatuto do Idoso neste País, um País que, tradicionalmente, vinha desrespeitando os idosos em todos os segmentos da sociedade. Paulo Paim conseguiu aprovar o Estatuto do Idoso. Paulo Paim conseguiu a aprovação de uma Lei que impede os patrões de colocarem, na carteira profissional dos trabalhadores, observações desabonadoras a eles, prejudicando-os em toda a sua vida profissional. Então, por uma lei defendida pelo Senador Paulo Paim, nós conseguimos impedir que o patronato, que o empresariado colocasse esses absurdos na carteira profissional.

Por fim, faço uma homenagem ao Paulo Paim pela luta que ele desenvolveu pelos direitos do negro neste País, pela luta que ele desenvolveu para fazer cumprir as leis que penalizam os racistas. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações por transposição de tempo com o Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores - Ver. Isaac Ainhorn, acalme-se -, chegou às minhas mãos, um tanto atrasado ao meu modo de ver, um manifesto público do Conselho do Orçamento Participativo. O que é isso? Conselho do Orçamento Participativo! E mais: o Conselho adverte a Câmara Municipal, órgão legitimamente constituído pela democracia – e até me redimo: não sou bem democrata.

Mas esses petulantes, pertencentes ao Orçamento Participativo, ousam dizer o seguinte: que foram surpreendidos pelo grande número de Emendas do Legislativo Municipal à Proposta Orçamentária do Município para 2004. Quem são eles? Não sei quem são! Não sei! “Essas Emendas” – continuam eles – “apesar de pontuais” – ainda bem que reconhecem! – “descaracterizam completamente a proposta orçamentária”. Ora, as Emendas que os Vereadores fazem na cidade de Porto Alegre descaracterizam a proposta orçamentária. Mas nós temos o direito de fazer as Emendas! Não roubem os nossos direitos! Por favor!

 

A Sra. Maristela Maffei: Vossa Excelência permite um aparte?

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu vou-lhe dar o aparte no momento devido.

E dizem eles que "...foi constituída e construída pela iniciativa comunitária e com a parceria do Executivo". Então, o Executivo é cúmplice! Sempre achei que era um direito do Executivo servir-se do Orçamento Participativo. Eu nunca fui a reuniões, mas também nunca as critiquei; porque o Executivo desejava dar poderes ao Orçamento Participativo, e podia dar - o que tenho a ver com isso? Nada!

Petulância é mandar documento para os Vereadores de Porto Alegre?!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

É petulância! Os senhores não têm direito!

 

A Sra. Maristela Maffei: Vossa Excelência permite um aparte, por gentileza?

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Não têm direito! Não podem! Não podem! Não podem!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Atenção: há um orador na tribuna e solicito respeito.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Os senhores não podem. Fiquem nos seus lugares! Fiquem nos seus lugares!

Nós somos 33 Vereadores, eleitos pelo povo. Não suba o sapateiro acima do chinelo!

(Manifestações nas galerias.)

 

Ver. João Dib, esse cidadão aí não sabe nem o que diz.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu solicito a atenção - Vereador eu também solicito a atenção de V. Exa. -, há um orador na tribuna; democraticamente ele tem o direito de se manifestar, e aqueles que nos visitam, nos dão satisfação, mas têm o dever de respeitar o orador na tribuna e o próprio Parlamento Municipal.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu já pedi vidros altos nas galerias.

Vossa Senhoria não pode interferir com o orador na tribuna! Não podem interferir com o orador na tribuna! Eu falo por oito ou dez mil homens e mulheres quando uso a tribuna. E todos sabem que ninguém muda o meu voto. Acabei de mudá-lo agora, porque vi isto aqui. Eu vi isto aqui. Eu não tinha a intenção de acompanhar o meu ilustre companheiro Ver. Luiz Braz. Vou acompanhar por causa dos senhores! Os senhores erraram! Os senhores me desrespeitaram! Eu não admito isso: que me desrespeitem!

Eu estou muito triste. Muito triste, porque sempre os considerei como pessoas que trabalham, e que podem opinar. Mas não podem fazer uma cena dessas. Advertir os 33 Vereadores eleitos pelo povo de Porto Alegre - mas como?! Então, é, como se diz nas Forças Armadas, inverteram o almanaque! Colocaram agora o almanaque de cabeça para baixo! Não é possível! Isso não é possível.

Vossas Senhorias podem contribuir. Eu acho que é digno e aconselhável até que façam isso. Agora, advertir os Vereadores, aconselhar os Vereadores de maneira imperativa? Não pode!

Sr. Presidente, estou muito triste. Muito triste, por ver na democracia a atribuições invertidas e rasgadas.

 

(Revisto pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu solicitei aos presentes que tenham a mesma consideração que nós lhes dispensamos.

A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero agradecer por este momento que me foi concedido pelo Ver. Valdir Caetano e dizer que eu considero muitas qualidades no Ver. Sebastião Melo, dentre as quais a sua inteligência e sua ironia, e acho que ironia deve ser encarada sempre com muito bom humor. Neste caso, eu considero de extremo mau gosto essa alusão que ele fez ao nosso Senador Paim, porque queria dizer também que, merecidamente, o Sen. Paim recebeu, na Semana da Consciência Negra, o Troféu Quilombo dos Palmares, oferecido pelo Ver. Raul Carrion, junto com os músicos Giba Giba, da nossa Cidade, considerando toda a sua coerência, a sua trajetória, a sua luta, o seu talento em defesa dos trabalhadores. Isso não é apenas retórica, isso diz respeito a resultados concretos na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras. Hoje, o Senador Paim trabalha com as minorias e, com base em um Estatuto, do Estatuto das Mulheres, das pessoas portadoras de deficiência, dos idosos, dos negros; tem o reconhecimento e o respeito nacional e internacional dos companheiros e também dos seus adversários.

Eu tenho a certeza de que o Senador Paim votou ontem com os trabalhadores, votou junto com o PMDB, com os trabalhadores, votou no início das mudanças do Brasil, para que se chegue a um Brasil solidário e fraterno, como é o sonho de todos nós no final.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Só cuidado com as palavras humor, humorismo e humorista.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Aceito, Ver. Sebenelo.

Quero também, neste momento, rechaçar o discurso do Ver. Nereu D’Avila em relação a insinuações muito maldosas ao nosso companheiro, o Ver. Adeli Sell, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Quero reafirmar, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores que trata-se de um belo, de um sério, de um transparente trabalho de combate à pirataria, de combate ao contrabando, e o quanto a pirataria prejudica os nossos artistas, os nossos músicos principalmente. Trata-se de um trabalho de organização do Centro da Cidade, dos camelôs, um trabalho feito pela Secretaria de Indústria e Comércio que reconhece o direito dos trabalhadores, dos camelôs, e, por isso mesmo, reconhece também o direito de as pessoas se locomoverem no Centro da Cidade. Hoje, o Secretário Adeli recadastra os camelôs, os titulares, para que não haja mais essa situação de venda de ponto. Ele trabalha também com a questão do lanche, do lanche legal, que exige cuidados adequados.

Por fim, eu quero usar este momento para dizer que eu me sinto muito constrangida, porque, apesar da boa intenção e da boa vontade das pessoas que trouxeram as crianças, todas esses pessoas portadoras de necessidades especiais colocadas em uma situação, às vezes, que beira à inconsciência e o desconforto, estão sofrendo, estão revoltados neste ambiente; não é um ambiente propício à sua realidade. Eu quero dizer do meu constrangimento por essa situação, porque acredito que eles não merecem isso. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 6089/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 112/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Eduardo Henrique de Rose.

 

PROC. 6258/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 450/03, de autoria dos Vereadores Carlos Pestana e Aldacir Oliboni, que institui o Dia Municipal do Esqueitista.

 

PROC. 6418/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 120/03, de autoria dos Vereadores Valdir Caetano e João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Empresário Manfred Flöricke.

 

PROC. 6430/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 460/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Dr. Oddone Marsiaj um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. 6453/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 463/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua José Oliveira Mathias um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 6467/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 051/03, que autoriza a abertura de crédito especial no Executivo Municipal no valor global de R$ 22.000.000,00 e dá outras providências.

 

PROC. 6541/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 052/03, que autoriza a alienação de ações minoritárias de propriedade do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 6587/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 020/03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que acrescenta § 6.º ao art. 36 e § 3.º ao art. 39 da Lei Complementar n.º 170, de 31 de dezembro de 1987. (cálculo tarifa industrial/DMAE)

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 5780/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 099/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que cria, na Câmara Municipal de Porto Alegre, a Campanha Tim Lopes pela Paz e Apoio à Vida e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 6371/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 119/03, de autoria da Mesa Diretora, que destina espaço para exposição permanente de fotografias de ex-Presidentes da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 6050/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 018/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que acrescenta § 4.º ao art. 2.º da Lei n.º 5.456, de 23 de outubro de 1984, e alterações posteriores, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel - Táxi e estabelece normas.

 

PROC. 6264/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 451/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Rafhael Nigre um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. 6272/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 454/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que denomina Praça Dr. Leônidas Xausa um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. 6313/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 118/03, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” ao Escritor Paulo Hecker Filho.

 

PROC. 6345/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 457/03, de autoria do Ver. Zé Valdir, que denomina Rua Ricardo Belisário da Silva um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. 6386/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 050/03, que denomina Rua Imperador Hiroito o logradouro público cadastrado como Rua 7119, localizado no Distrito Industrial da Restinga, Bairro Restinga.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, hoje no período de Pauta está tramitando um Projeto de nossa autoria, que concede o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Eduardo Henrique de Rose. Para quem não sabe quem é o Dr. Eduardo de Rose, eu vou ler algumas coisas relativas ao grande médico, hoje, sem sombra de dúvida, o maior expoente, em nível mundial, a respeito da questão de doping (Lê.): "O Dr. Henrique de Rose é Doutor em Medicina, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; depois, com o Título de Doutor da Universidade de Colônia, República Federal da Alemanha, também obteve o Título de Doutor na Universidade de Roma. É Especialista em Medicina do Esporte, na Alemanha; Especialista em Biologia e Medicina, na França; e, nos últimos anos, tem participado de inúmeras associações. Foi escolhido como Pesquisador do ano 2000; Membro de Honra do Grupo Latino de Medicina do Esporte; Membro Honoris Causa da Sociedade de Medicina do Esporte da Eslováquia; distinção de Excelência da Sociedade Colombiana de Medicina do Esporte; Sócio de Honra da Sociedade Catalã de Medicina do Esporte; Membro do Grupo Espanhol de Cineantropometria; Membro do Grupo da Costa Rica; distinção Honorária da Sociedade Alemã de Medicina do Esporte; Membro Internacional da Sociedade de Cinesioterapia dos Estados Unidos; é atual membro da Comissão e Médico do Comitê Olímpico Internacional; Membro da Comissão Médica da Federação Internacional de Atletismo; Membro da Comissão Médica da Federação Internacional de Natação; Membro da Comissão da Federal Internacional de Tiro; Membro da Comissão Médica da Organização Desportiva Sul-Americana; representante da área de Educação Física no Comitê de Seleção de Bolsistas no CNPq. Nos últimos anos, o Dr. Eduardo Henrique de Rose publicou 38 artigos, em revistas nacionais; 26 artigos, em revistas estrangeiras; tem dois livros publicados; 25 trabalhos apresentados, em revistas internacionais".

É orientador de mestrado e doutorado e, nos últimos anos, o Dr. Eduardo Henrique de Rose tem sido a pessoa que tem andado em todos os continentes deste mundo avaliando - e numa briga constante - a questão do doping no nosso mundo.

Queremos, sim, atletas de alto nível, atletas com rendimento, mas não podemos concordar com que atletas usem artifícios, como no caso o doping, para conseguir os seus êxitos.

É importante ressaltar, para os senhores terem a idéia do porquê de muitos atletas se utilizarem de doping, como em 1988, um atleta canadense, recordista mundial dos 100 metros, estabeleceu um novo recorde - o Ben Johnson -, e aquele recorde mundial, naquele momento, significava que ele estava ganhando uma concessão de 10 milhões de dólares e um contrato vitalício com uma empresa multinacional de um milhão de dólares por toda a sua vida. Felizmente, foi descoberto que esse atleta usava doping e nenhum dos benefícios foi concedido.

Na realidade, nesse esporte de alto nível, os valores são astronômicos.

O maior jogador de futebol do mundo, o Ronaldo, o Ronaldinho, do Real Madrid, já tem um contrato vitalício com uma empresa e, mesmo depois que ele parar de jogar futebol, ele vai ganhar, pelo resto da sua vida, a cada ano, um milhão de dólares, desde que nunca, em momento nenhum, seja configurado como um usuário de doping.

Tivemos um caso, há alguns anos, o caso Maradona, que também perdeu um contrato de 20 milhões de dólares por terem detectado, num determinado momento, o uso de doping.

Nós que discutimos tanto a questão do doping, das drogas, achamos e entendemos que o Dr. Eduardo Henrique de Rose, por ser expressão no mundo, deve ganhar esse Título aqui, no nosso Estado, mais especificamente em Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, 1ª Secretária Maria Celeste, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham aqui na Casa do Povo e também as pessoas que nos assistem pelos meios de comunicações, gostaria de me referir a três questões, duas específicas em relação a dois Projetos, e uma em relação aos que estão aqui nos assistindo. O primeiro é um Projeto do Ver. Carlos Pestana e do Ver. Aldacir Oliboni, da nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores, que institui o Dia Municipal do Esqueitista. Na hora em que foi referido este Projeto, eu ouvi algumas ironias. Parece-me que tudo aquilo que diz respeito, não ao esporte seletivo, mas sim ao esporte inclusivo, que inclui a sociedade, que tira as nossas crianças da rua, tudo isso faz muito bem para a sociedade. Então, eu acho que aqui, apesar da simplicidade, o que importa são dois aspectos fundamentais: é a visibilidade dos excluídos e a inclusão de uma forma de esporte, que é superimportante, assim como tantos outros como bem falava o Ver. Carlos Alberto Garcia, que me antecedeu.

 

 O Sr. Carlos Alberto Garcia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, só uma informação: V. Exa. sabe que eu sou Professor de Educação Física e sou membro do Conselho Federal de Educação Física. No atlas que está sendo feito, agora, para todo o Brasil, há uma informação: o esqueite é o segundo maior esporte do Brasil, tem mais de oito milhões de praticantes em todo o Brasil.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigado, Vereador e Professor Carlos Alberto Garcia por essa informação, para vermos a seriedade que nós temos de dar. Para algumas pessoas não têm importância, mesmo. Mas nós sabemos, nós que moramos lá na vila. Hoje não são apenas os vileiros, ao contrário, agora nós estamos buscando o nosso espaço que antes não detínhamos, mas agora nós somos cidadão e cidadãs por conquista nossa e por uma administração que nos ajuda a elaborar essa proposta.

Em segundo lugar, eu gostaria de introduzir aqui, também, o PLL nº 457/03, do Ver. Zé Valdir, referente a uma grande liderança comunitária, que infelizmente nos deixou; era muito amigo do Ver. Zé Valdir, lá no bairro Mário Quintana onde vai haver uma rua denominada Rua Ricardo Belisário da Silva. Quem é esse cidadão? É um cidadão do nosso universo, é um cidadão que participou da associação comunitária, que ajudou a constituir as lutas por melhor moradia, em questões de ônibus, luz e água. E essas pessoas nem sempre são reconhecidas. Não é uma grande estrela, mas faz parte da nossa constelação, não está apenas lá no céu, faz parte do nosso mundo real, portanto, têm de ser valorizadas essas lideranças comunitárias.

E, para terminar, eu gostaria, com sua vênia, Sr. Presidente, dizer o seguinte: nós somos, sim, Vereadores e Vereadoras eleitos nesta Cidade, mas nós não precisamos de tapete vermelho para dizerem: “Oh! Lá vem o Vereador ou a Vereadora!” Aqui é a Casa de vocês, senhoras e senhores, portanto, é legítimo vocês virem aqui fazer suas reivindicações assim como em qualquer lugar da Cidade. Ninguém pode subir nesta tribuna e ofendê-los.

Têm, aqui, na nossa Bancada, toda a legitimidade e o respeito que nós temos por todas as pessoas que vêm aqui. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós, em respeito à votação que a Cidade aguarda e em respeito a todas essas crianças, mães, pais e responsáveis que vieram ver o início da votação do Orçamento, nós não usaremos o tempo a nós destinado neste momento. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, em respeito à votação do Orçamento não faremos uso do nosso tempo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, como podemos observar, a Pauta de hoje é muito extensa, nós temos o Orçamento para votar, mas quero apenas referir que esse Projeto de Lei em 1ª Sessão de Pauta no dia de hoje, de autoria do companheiro Ver. Carlos Pestana e deste Vereador, institui o Dia Municipal do Esqueitista em Porto Alegre, é, sim, o segundo esporte mais praticado pela juventude no mundo, hoje. É nesse sentido que nós achamos tão importante, até porque, em Porto Alegre foi feito no dia 19 de outubro o 1º Encontro Municipal e nas próximas semanas nós iremos discorrer melhor sobre esse Projeto.

Nesse sentido, nós também não ocuparemos todo o nosso tempo para entrarmos na Pauta Especial de hoje.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, ontem foi aprovado, no Senado, a Reforma da Previdência. Reforma essa tão polêmica, tão discutida em que houve alguns avanços, inclusive na própria área sobre a qual vou falar, mas eu acho que ainda deveria ter avançado mais.

Uma preocupação que eu tenho é relativa à questão do desconto dos aposentados. Embora as pessoas que percebam até novecentos reais estejam isentas desse desconto, quem ganha a partir R$ 1.500,00 já vai ter um desconto de 3,25%, e assim sucessivamente até chegar a 11%.

A minha preocupação é que, na realidade, algumas pessoas aposentadas já estão com os seus salários - mesmo aqueles que têm um poder aquisitivo um pouco mais alto – defasados, e retirar-lhes dinheiro neste momento, é complicado.

Nós sabemos que quando uma pessoa chega numa determinada faixa etária, há uma tendência a ficar doente; sabemos da dificuldade, em nosso País, embora o SUS seja universal, em se buscar um médico, em se buscar um plano de saúde, que grande parte da população não tem.

Então, para aquele aposentado, esse dinheiro que está sendo retirado da sua aposentadoria, talvez seja o dinheiro que faltará para comprar um remédio. Se nós fizermos um levantamento, não há idoso no nosso País, em linha geral, que não utilize, pelo menos, um determinado remédio. E podem ter certeza de que esse remédio não é fornecido ao aposentado, ele não o ganha; esse remédio tem de ser pago.

Nós temos discutido, aqui, inúmeras vezes, que os remédios estão subindo de maneira assustadora, bem mais do que qualquer índice inflacionário. Portanto, de forma simples, singela e fraterna, nós entendemos que essa reforma poderia ter sido mais discutida, ter tido um olhar diferente para essas pessoas que já se aposentaram, criando mecanismos para as futuras aposentadorias. Porque, na realidade, mexer no bolso de cada pessoa que hoje tem o seu salário configurado e fazer com que tenham de desembolsar alguma coisa é uma situação muito difícil, comprometedora, constrangedora e, certamente – volto a dizer –, esse dinheiro para muitas pessoas talvez seja aquele dinheiro do remédio que eles têm de consumir de forma sistemática. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 5344/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/03, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de 2004. Com Emendas nºs 01, 11 a 26, 30 a 87. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, Subemenda nº 01 à Emenda nº 69 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 71.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver.Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01, 22, 30, 31, 35, 42, 45, 57, 67, 68 e 71 da Subemenda nº 01 à Emenda n.º 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda n.º 71; pela rejeição das Emendas nºs 11 a 21, 23 a 26, 32 a 34, 36 a 41, 43, 44, 46 a 56, 58 a 66, 69, 70 e 72 a 85.

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase - Art. 120, Parágrafo único, do Regimento;

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM;

- retiradas as Emendas nºs 02 a 10, 27, 28 e 29;

- incluído na Ordem do Dia em 19-11-03;

- aprovados, em 26-11-03, o Projeto, as Emendas n.os 01 com Subemenda n.º 01, 12, 18, 42, 45, 69 com Subemenda n.º 01, 71 com Subemenda n.º 01, 86, 87, 88, 89, 90, 91 e 92.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação a Emenda Popular nº 19 aposta ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Raul Carrion e outros. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a Emenda destacada.

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Vereador João Dib e demais Vereadores e Vereadoras, todos os que nos assistem aqui e também nas suas casas através da TV Câmara, não usarei os cinco minutos do encaminhamento, mas quero, rapidamente, como fiz o destaque e conversei com diversos Vereadores das mais variadas Bancadas, com a Bancada do Governo, no sentido de que essa Emenda, que foi rejeitada pelo Sr. Relator por razões técnicas, no seu entender, tem sido tradicional nesta Casa, é uma conquista - a gente pode dizer - do movimento comunitário desta Cidade. Tivemos, inclusive, em outra legislação, a honra de termos sido o apresentador dessa Emenda que visa a permitir o funcionamento de uma entidade que completou 20 anos nesta Cidade e que inicia seu congresso neste sábado, do qual participaremos. A UAMPA congrega cerca de 500 entidades e cumpre uma função extremamente importante. Aqueles que acompanham as lutas da Cidade sabem o quanto a UAMPA - que já foi presidida pelo companheiro Valdir Bohn Gass; duas vezes pelo companheiro Paulo Guarnieri, pelo companheiro Pedro da Hora Dias, pelo Leandro, e cumpriu um papel essencial nesta Casa na discussão da Lei Orgânica. Se nós temos uma das Leis Orgânicas mais avançadas deste País, e, certamente, deste Estado, se deve a essa participação das associações comunitárias por intermédio da UAMPA. Nós tivemos também uma grande participação na discussão do Plano Diretor desta Casa, e muitos projetos que, em certos momentos, até prejudicavam o movimento popular - eu me recordo da questão do Parcelamento do Solo -, aqui esteve a UAMPA, vigilante. Nós, que somos o Presidente da CUTHAB, já a presidimos, também, há dois anos, temos consciência da participação da UAMPA. Independentemente que haja divergências, haja diretorias que os apóiem mais ou menos, é uma entidade de grande importância para a Cidade.

O auxílio é extremamente limitado, são 40 mil reais, que servem para manter a sede, que já é uma cedência, nos altos do Mercado, do próprio Município, para garantir o funcionário para o atendimento, os equipamentos, os computadores, o telefone, e assim por diante.

Então, acreditamos que é algo importante para o movimento popular de Porto Alegre, por isso nós encaminhamos favoravelmente e contamos com o apoio de todas as Bancadas. Inclusive, já houve um entendimento nesse sentido. Muito obrigado, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 19 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Raul Carrion e outros.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Vereador Vice-Presidente Elói Guimarães, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, tem sido uma praxe nesta Câmara, anualmente, votar esse auxílio, essa complementação, essa verba para a União das Associações de Porto Alegre - UAMPA, que agrega, congrega, uma gama de associações representativas do movimento popular de Porto Alegre. Ou seja, ela é aglutinadora e não tem nenhum Partido que monopolize essa entidade. O atual Presidente é do PDT, mas essa é uma circunstância aleatória, uma circunstância eventual. O PCdoB, o PMDB, outros Partidos têm representação nessas associações. E, se nós queremos o fortalecimento do movimento popular em Porto Alegre, nós não podemos ficar apenas com a nuança de que seja só aquilo que o Partido do Governo acha. Eu não vou discutir agora, porque não é o momento. O Orçamento Participativo já teve, historicamente, a sua importância e vem paulatinamente perdendo essa importância. As eleições do ano que vem vão mostrar que, definitivamente, nós vamos partir para outras alternativas. Enquanto a população reclamava de que era poeira no verão ou barro no inverno, o asfalto foi a solução. Hoje, em seguida do asfalto, as comunidades vêm aqui implorar que se coloquem obstáculos, porque tornaram-se perigosas as pistas. E não respeitam nem os núcleos de preservação ambiental como é o caso da Ilha da Pintada, que se transformou numa pista de corrida depois do asfalto.

Então, creches e outras questões que deveriam ter sido importantes, não foram. E mais: sabe-se, tem-se certeza de que é um instrumento político e que as demandas de um ano ficam pendentes para o ano que vem, e para o outro ano, e muitas, muitas e muitas não foram cumpridas, tanto que quando nós quisemos, aqui, apresentar uma Emenda para que o Orçamento Participativo cumprisse todas aquelas prioridades de um ano, e, portanto, no outro ano entrasse com as prioridades cumpridas - se não cumpridas ficava devendo -, não quiseram. Por quê? Porque é claro que a cada ano é melhor que se dêem esperanças para mais e mais comunidades.

Então, o que eu estou discutindo é que não é só a alternativa petista que é a solução para esta Cidade, que tem um milhão de eleitores - terá no ano que vem. Um milhão de eleitores! Já está em 986 mil, é uma Cidade politizada! Não acredito que seja uma única opção a opção de todos os porto-alegrenses.

Por isso, temos de respeitar; primeiro, esta Câmara que foi eleita, aqui não tem “biônico”, aqui ninguém foi nomeado, aqui todo mundo foi buscar o voto! Aqui todo mundo foi buscar o voto! Portanto, represento uma parcela da população. Acho muito temerário usar pessoas para vir aqui, instrumentos políticos do Partido do Governo querem nos influenciar para votar essa ou aquela Emenda, tirando a autonomia, a singularidade e a capacidade de cada Vereador saber o que faz aqui, até porque aqui eu não me represento, mas represento sete mil porto-alegrenses. Sete, zero, zero, zero. Portanto, nós não somos infensos a dialogar com ninguém, mas vir aqui na Tribuna Popular querer constranger os Vereadores a fazer a vontade do Governo, é muita pretensão. É muita pretensão! Para Vereadores que têm autonomia, é muita desfaçatez. Porque não vão à tribuna na frente da Prefeitura? Não, aqui é mais fácil. Então, nós estamos solidários com essa Emenda. A UAMPA representa, sim, também um movimento comunitário de representatividade de toda a cidade de Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, a Emenda nº 19 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Raul Carrion e outros. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 25 votos SIM.

Em votação a Emenda nº 21 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Haroldo de Souza e outros. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 21 ao PLE nº 041/03, destacada.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, com certeza não usarei os cinco minutos destinados, acho que é exagero. V. Exas. sabem o meu ponto de vista a respeito de posicionamentos, eu acho que, em dois minutos, podemos, perfeitamente, falar aquilo que pretendemos. Eu pedi apenas duas Emendas ao Orçamento de 2004: a de nº 22, que eu já vou defender, agora, que é para o Instituto da Criança com Diabetes, e a de nº 21.

Eu uso a tribuna para defender essa Emenda, porque a sociedade Emanuel, para quem não conhece, está pedindo socorro todos os dias! A sociedade Emanuel vive pela tenacidade e pelo espírito de solidariedade da menina Janaína. Um dia, alguém irá escrever sobre ela; poderá, inclusive, ser eu. É uma história humana fantástica, uma história de vida fantástica! Pois a Janaína abandonou tudo na vida e se dedica a recolher seres humanos que estão perambulando pelas ruas da Cidade. Vive com as doações de empresários, do apoio de toda a imprensa: rádio, tevê e jornal, donativos de campanhas que fazemos todos os dias, em todos os cantos. É uma casa que abrigava dois, depois, três; depois, cinqüenta; em seguida, duzentos homens e mulheres e, agora, um número superior a quinhentos atendidos! A maioria morando no local e transformando-se em colaboradores da própria entidade. É por isso que eu estou pedindo esse dinheiro para a sociedade Emanuel. E peço, encarecidamente, ao Ver. Marcelo Danéris, que interfira junto ao Prefeito, para que esta Emenda não seja vetada, porque, com certeza, nós teremos um festival de vetos! Peço que esta não seja vetada, porque, com essa importância pequena, diante de um mundaréu de dinheiro que circula para a Prefeitura, com esse dinheiro, se termina um pavilhão para abrigar ainda mais homens e mulheres que estão abandonados pelas ruas, pelos mais diferentes motivos. Peço o apoio de todos os Vereadores, inclusive da Bancada do Governo. Eu, humildemente, estou pedindo a aprovação de apenas uma Emenda! Uma Emenda, apenas, eu estou pedindo, apenas uma!

E, eu não sei, já subiu um Vereador aqui, hoje, e falou sobre o comportamento das pessoas. Eu divisei, agora, eu acho que é uma senhora, parece que, meio que debochando da maneira que se fala aqui, que se pede. Se eu tiver entendido errado - a senhora mesmo, a senhora de azul-claro -, eu não entendi qual é o seu posicionamento. Se a senhora está achando que eu estou errado na minha colocação, a senhora me desculpe, tá? O Ver. Nereu D’Avila disse que representa aqui 7 mil moradores de Porto Alegre; eu represento 6.934 e a esses eu tenho de dar satisfações.

Eu sei que o Prefeito João Verle tem um espírito de solidariedade muito grande, deve saber das necessidades básicas da sociedade Emanuel e o que ela representa em termos sociais para centenas de pessoas.

Votem a favor desta Emenda e que Deus lhes pague, logo em seguida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 21 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Haroldo de Souza e outros.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sras. e Srs. Vereadores. Sr. Presidente...

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Srs. Vereadores, há um orador na tribuna. Por favor, Vereadores e visitantes. Há um orador na tribuna. Eu vou remarcar o tempo de Vossa Excelência.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu nem vou gastar os cinco minutos. A nossa Bancada encaminha contrariamente a essa Emenda, tendo em vista razões de ordem técnica. A Peça Orçamentária não é o instrumento devido para que vá se gravar a uma entidade - por mais importante que ela seja do ponto de vista da Assistência Social que faz em prol da nossa comunidade – mas, o instrumento adequado não é a Peça Orçamentária. Essa entidade, inclusive, se os senhores Vereadores acompanham, mesmo que de longe, o Orçamento Participativo, vão verificar que, na região Noroeste, foi contemplada, foi priorizada numa ampla votação, e ela já tem recursos separados para o plano de investimentos do ano que vem. Nós utilizarmos o instrumento da Peça Orçamentária, que é um instrumento geral do Orçamento, não se adapta às normas que são estabelecidas pela Lei nº 4.320, que é uma Lei Federal, e trata sobre as questões de ordem orçamentária, assim como não se adapta a toda sistemática estabelecida, seja pela Constituição, seja pela Constituição Estadual, no sentido de qual assunto cabe, Ver. Haroldo de Souza, em cada instrumento. Então, a nossa posição não é do ponto de vista de mérito, mas, sim, no sentido de que a Peça Orçamentária não é o instrumento adequado. V. Exa. sabe – eu já expressei isso – que eu tenho uma admiração pelo trabalho que vem realizando no último ano – isso eu posso dizer a Vossa Excelência -, que essa entidade, na região Noroeste, que foi uma das que recebeu da população – e eu moro na região Norte – o maior apoio, no sentido de entender a sua importância, do trabalho social que realiza, e ela vai receber, do Plano de Investimentos, ou, pelo menos, conseguiu o apoio significativo da região Noroeste, para que receba apoio em iniciativas sociais que ela realiza. Então, a nossa posição é no sentido de reconhecer a entidade, mas que essa Peça Orçamentária não é o instrumento para se gravar diversas contribuições a serem dadas para pessoas jurídicas de direito privado, como é o caso. Respeitamos a sua iniciativa, mas fazemos esse registro no sentido de que há um reconhecimento, até da Cidade, da importância da entidade. Vossa Excelência faz o diagnóstico correto, mas o remédio que dá, a nosso juízo - não somos donos da verdade - não seria o instrumento mais adequado.

O Ver. Haroldo de Souza me pergunta o que deve fazer para ajudar. Acho que V. Exa. preocupando-se, como Vereador, já está ajudando, porque chama a atenção da Cidade para uma iniciativa importante, que ajuda no sistema de assistência social realizado pela Cidade. Agora, o local adequado já foi contemplado à entidade, por isso nós estamos votando contra essa Emenda.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 021 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Haroldo de Souza e outros.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu queria dizer que não há coisa mais adequada do que o Orçamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que um pequeníssimo percentual dele está sendo usado pela Câmara de Vereadores para uma redistribuição da forma absurda como são dispostas as verbas na cidade de Porto Alegre. Mas eu queria esclarecer especialmente ao Ver. Juarez Pinheiro que nós estamos emendando, porque já negociamos em anos anteriores as Emendas; retiramos as Emendas; os colégios, os Postos de Saúde e as instituições, inclusive como o Instituto da Criança com Diabetes, as APAEs, ficaram esperando pelo nosso acordo, e nós fomos ludibriados. Então, as Emendas que estão sendo feitas agora, modestíssimas, pelo Ver. Haroldo de Souza, são Emendas que visam a recuperar aquilo que não foi feito e que havia sido prometido. É esse absurdo, é essa desqualificação que se fez com esse Plenário, o desrespeito que, inclusive, a Bancada do Partido dos Trabalhadores teve com as negociações anteriores, públicas, com outros Vereadores, que faz com que haja esse número de emendas imprescindíveis, indispensáveis e voltadas, todas elas, para instituições que não recebem regularmente nada da Prefeitura de Porto Alegre e desempenham um papel que a própria Prefeitura deveria desempenhar e não o faz, especialmente as creches, as APAEs, que lutam com grande dificuldade. É muito fácil dizer: “Ah, não! Isso aí é uma Peça Orçamentária, votou no Orçamento Participativo”. Todos vocês estão sabendo que o discurso do Orçamento Participativo faliu, terminou, se extinguiu. As demandas de 2001 e de 2002 não vão ser cumpridas - vocês sabem disso -, porque não há verbas, porque há 65 milhões de reais de déficit este ano, que, segundo o Sr. Secretário da Fazenda, já aumentou. É inconcebível que haja esse tipo de tentativa do Executivo de interferir, inclusive, diretamente, no direito dos Vereadores. E desse nós não vamos abrir mão.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 21 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Haroldo de Souza e outros.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não iria me pronunciar, porque acho que nós temos de acelerar a votação, mas essa e algumas Emendas que estão vindo para entidades sociais que prestam importantes serviços à sociedade merecem um esclarecimento. Nós entendemos a importância do Fundo Municipal de Assistência Social, e é realmente importante. Reconheço que não há verba para atendimento a todas as necessidades da nossa Capital. Mas agora, meus caros administradores dessas entidades sociais, meus caros componentes do Orçamento Participativo, eu queria fazer o seguinte esclarecimento: está já na Ordem do Dia, para ser votado, um Projeto de minha autoria, que arrecada recursos para o Fundo Municipal de Assistência Social, e esse Fundo, administrado pelo Conselho Municipal de Assistência Social, pode carrear esses recursos para as entidades necessitadas. Aí não há necessidade de se fazer Emendas Orçamentárias, porque esse Projeto permite que, em toda doação que se fizer para esse Fundo, haja um incentivo de um aproveitamento de 50% desse valor para abater no IPTU ou no ISSQN. Ou seja, o Fundo, administrado pela Prefeitura, vai ficar com 50%, com o dobro do desconto do abatimento permitido em caixa. Há uma arrecadação muito grande de recursos, e por isso eu queria esclarecer à sociedade a importância de votarmos esse Projeto, que, vou solicitar, seja votado após nós votarmos o nosso Orçamento. Aí não há mais discussão, há verba, a Prefeitura vai indicar as entidades realmente necessitadas. Enquanto não for aprovado esse Projeto, haverá essas Emendas, haverá as necessidades das entidades, sem dúvida, e eu vou votar a favor dessa Emenda para a sociedade Emanuel e outras entidades que aqui estão solicitando. Mas é importante, para solucionar esse assunto, que haja essa arrecadação para o Fundo, e aí então, suprirá todas as necessidades da sociedade, se essa sociedade tiver, realmente, sensibilidade à solidariedade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 21 ao PLE nº 041/03, destacada pelo Ver. Haroldo de Souza e outros. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 15 votos SIM e 12 votos NÃO.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de ler o Requerimento que está assinado (Lê.): “Tendo em vista a aprovação, na data de ontem, da Emenda nº 12, aposta ao Proc. nº 5344/03 - PLE nº 041/03 - Orçamento do Município para o exercício de 2004 -, de autoria do Ver. Luiz Braz, vimos à presença de V. Exa. para dizer e requerer o que segue:

a) a citada Emenda recebeu parecer contrário da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, circunstância que a retirava da votação em Plenário, segundo as normas do processo legislativo aplicável às leis orçamentárias;

b) o conteúdo da Emenda fere diretamente o disposto no art. 7º da Lei nº 9.205/03 - Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2004, o que determina a indiscutível ilegalidade da proposição, nos termos do parágrafo 2º do art. 165 e do parágrafo 3º do art. 166 da Constituição Federal, bem como do § 3º do art. 116 e do § 2º do art. 121 da Lei Orgânica do Município. Ainda, a necessidade da compatibilidade da Lei do Orçamento à Lei de Diretrizes Orçamentárias está expressa no caput do art. 5º da Lei Complementar Federal nº 101 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Transcrevemos, abaixo, os dispositivos referidos”. Só vou ler os artigos: (Lê.): “Constituição Federal, art. 165, § 2º; art. 166, § 3º, inc. I; art. 116, § 3º; art. 121, § 2º, I; Lei Complementar Federal nº 101, art. 5º;

c) o texto proposto pela Emenda deixará em contradição dispositivos de um mesmo artigo, uma vez que o caput do art. 4º menciona a conformidade com a Lei nº 9.205/03 – LDO e a Emenda ao dar nova redação à letra “a” do inciso I, dispõe diferentemente, situação que gerará problemas para a aplicação da Lei;

d) a Emenda nº 12 foi encaminhada ao Plenário, através de Requerimento de Destaque, subscrito por um terço dos membros da Câmara, recebendo a seguinte votação: 15 votos SIM; 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO, sendo declarada aprovada;

 e) essencial referir que o resultado dessa votação, segundo interpretação constante dos Processos nºs 1919/93, 2409/93, e 2207/95, que contêm manifestação da Procuradoria e da Comissão de Constituição de Justiça deste Legislativo, seria o empate. Tal entendimento assentava-se no princípio da “maioria afirmativa”, critério técnico que se expressa no voto SIM, que deve representar mais de 50% dos presentes, o que não ocorreu naquela votação. Na Sessão de 12-04-96, foi aplicada interpretação diferente, ocasião em que foram desconsideradas as abstenções e declarado aprovado o Processo nº 685/95 – PLL nº 19/05, de autoria do Ver. Luiz Negrinho, com o seguinte escore: 12 votos SIM; 09 NÃO e 04 ABSTENÇÕES. Na ocasião, foram apresentados questionamentos relativamente à decisão da Mesa, encaminhados pelo Processo nº 1096/96 à Comissão de Constituição e Justiça, que não se manifestou através de Parecer até esta data;

f) o Presidente, como qualquer outra instância de decisão, tem o poder de revisão de seus próprios atos, revisando a decisão de não declarar a prejudicialidade da Emenda.

Pelas razões apresentadas, considerando a existência de vício de ordem material na presente Emenda, além de vício formal, oriundo do escore da votação, requeremos a anulação da votação da Emenda em questão, nos termos dos artigos citados, que fundamentam a sua inconstitucionalidade, inorganicidade e ilegalidade. Porto Alegre, 27 de novembro de 2003”.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa acolhe o Requerimento de V. Exa. Chamo a atenção da Casa que precisam ser votadas 36 Emendas destacadas. Mas a Mesa não vai decidir. A Mesa, neste momento, convoca extraordinariamente a Comissão de Justiça, pede ao seu Presidente para que, no prazo mínimo, dê a definição sobre o Requerimento apresentado à Mesa.

 

(O Ver. Luiz Braz pede a palavra.)

 

Ver. Luiz Braz, V. Exa. quer-se manifestar sobre o assunto? A Mesa já se posicionou, Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, se V. Exa. acolheu, de maneira intempestiva, a manifestação do Líder da Bancada do PT, acho que seria extremamente antidemocrático que V. Exa. não ouvisse o autor cuja Emenda foi questionada pelo Requerimento do Ver. Marcelo Danéris.

Eu só quero dizer a V. Exa. que, para as Emendas que são votadas aqui no Plenário, e aprovadas, e não estão coerentes com a doutrina do Executivo Municipal, existe sempre a condição do veto. E esta, na verdade, é a condição que é...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, nós estamos perdendo tempo; não me leve a mal.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não, Vereador. Perder tempo é V. Exa. ouvir todo o Requerimento, acolher o Requerimento e mandá-lo para a Comissão de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu não estou apoiando o Requerimento, V. Exa. se equivoca. Eu recebi o Requerimento, e é regimental recebê-lo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas é regimental o Requerimento, Vereador?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu estou pedindo que o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça reúna a Comissão e defina.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas a Emenda foi votada ontem!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Se V. Exa. pedir a minha opinião... V. Exa. a conhece. (Ininteligível por superposição da fala do Ver. Luiz Braz.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu conheço desde o início do ano a sua opinião, não é de agora.

 

(O Ver. Juarez Pinheiro pede a palavra.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Juarez Pinheiro, se o assunto é o mesmo, não há o que... A Comissão vai... Por favor, Presidente Reginaldo Pujol, eu passo às mãos de V. Exa. Eu acho que é o caminho certo: se nós temos a Comissão de Justiça, é para ela definir. Ninguém quer que eu decida, que eu anule. Vamos deixar a Comissão dizer, estudar dentro da Lei.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h56min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 18h47min): São 18h47min, esta Sessão teve de ser suspensa para a elaboração do Parecer; se não estivesse suspensa, normalmente a esta hora eu teria de pedir que o Plenário votasse a prorrogação da Sessão por duas horas e, no entanto, a Sessão está suspensa e o tempo não corre normalmente. Por isso peço aos Srs. Vereadores, nos seus gabinetes, para que retornem ao plenário para que uma decisão seja tomada pela Mesa no sentido da continuidade ou não da Sessão. Srs. Vereadores, nos seus gabinetes, por favor, retornem ao plenário! Se o Ver. Juarez Pinheiro nos ouve, que traga até nós o seu Parecer, que a Comissão de Constituição e Justiça possa se reunir.

O Ver. Juarez Pinheiro nos pede 20 minutos para a entrega do seu Parecer. Então, no relógio da Câmara são 18h49min; até às 19h09min nós esperamos o Parecer.

Ver. Reginaldo Pujol, para as 19h09min está prometido o Parecer do Ver. Juarez Pinheiro. Portanto eu gostaria que V. Exa. já deixasse a Comissão de Constituição e Justiça em prontidão para que nós possamos analisar o Parecer.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Nós informamos a Mesa de que às 17h45min nós havíamos concedido ao Relator duas horas de prazo para a apresentação do Relatório.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Vereador esteve no plenário agora e, dentro de 20 minutos, ele entrega o Parecer, isto é, às 19h09min, no relógio da Câmara, que é um pouco atrasado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu só voltarei a reunir a Comissão antes do horário, se eu tiver os 07 Vereadores...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu entendo, Vereador, e por isso estou solicitando a Vossa Excelência...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu acredito que os 07 Vereadores estejam aqui presentes, com exceção do Ver. Juarez Pinheiro, eu vejo o Ver. Elói Guimarães, o Ver. Nereu D’Avila, o Ver. Luiz Braz, Ver. Marcelo Danéris, a Ver.ª Margarete Moraes. Só falta o Ver. Juarez. Se ele diz que...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Às 19h09min entrega o Parecer.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu convido os demais integrantes da Comissão para que, às 19h05min, nós estejamos na Comissão aguardando o Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu acho que nós poderíamos aproveitar este espaço em que estamos com a Sessão suspensa para, quem sabe, fazer aqui mesmo, os Vereadores, as Lideranças, um encaminhamento, porque V. Exa. logo em seguida vai terminar a Sessão, daqui a uma hora, duas horas; quer dizer, temos de ver como é que nós vamos encaminhar essa questão. Eu sou da tese de que nós devemos votar o Orçamento hoje, mas não sei como pensam os demais colegas Vereadores. Vejo que há uma proposta circulando no plenário de fazer uma Sessão amanhã às 9 horas, mas já vejo que muitos Vereadores não poderão estar presentes aqui na Casa, já têm agenda, já têm compromisso; portanto, eu queria fazer um apelo para que nós socializássemos esse debate e encontrássemos, em comum acordo, se possível, uma solução.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, eu não posso tomar decisão nenhuma enquanto a Comissão de Constituição e Justiça não disser, depois das 19h10min, alguma coisa. Eu não tenho condições de decidir. Eu gostaria que tudo tivesse sido votado; 36 Emendas estão à espera de votação.

A Presidência informa que, se tiver de ficar até de manhã, estará aqui até de manhã, sem nenhum problema.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h53min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 20h10min): Estão reabertos os trabalhos.

Apregôo o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris (Lê.): “A renovação de votação do Processo fundamenta-se na votação da Emenda nº 12 que teve resultado final de aprovação com 15 votos pela aprovação; 14 pela rejeição; e 01 abstenção. Assim, pela relevância do tema e com abrigo no Regimento Interno, requeiro a renovação de votação da matéria. Porto Alegre, 27 de novembro de 2003”.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, obviamente V. Exa. leu outro Requerimento, não é o Requerimento que está sendo submetido...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É outro, eu só apregoei.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Com relação à consulta de V. Exa., informo a V. Exa. e, por intermédio de V. Exa., a Casa, que a Comissão reunida, no horário que foi possível, às 19h30min, iniciou a discussão do Processo, quando ocorreu um pedido de vista que, por ser regimental, foi deferido pelo prazo de 24 horas, que trata de vista conjunta, já que a matéria é revestida de urgência. Nessas condições, a vista concluir-se-á amanhã, sexta-feira, às 20h09min. Em tais condições, Sr. Presidente, nós já antecipamos a convocação da Comissão para a conclusão da matéria, segunda-feira, às 10h, na Comissão de Constituição e Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa lamenta profundamente a decisão tomada pela Comissão de Justiça. Lamenta, sim!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Data venia, Sr. Presidente, eu vou retirar a autoridade de V. Exa. para fazer lamentação para uma Comissão que está cumprindo rigorosamente o Regimento da Casa. Retiro-lhe essa autoridade, com todo o respeito que eu possa ter por V. Exa. Não vou levar para Casa esse “sabonete” de V. Exa. Eu não estou aqui, às 20h10min, para receber essa demonstração de Vossa Excelência. A Comissão cumpriu, rigorosamente, o que determina o Regimento da Casa, e está tranqüila sobre isso. Não aceito a demonstração de forma alguma.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu talvez possa esquecer que eu havia convocado a Comissão de Constituição e Justiça extraordinariamente para, durante a Sessão, dar definição do problema. Talvez, eu possa esquecer isso. Talvez eu possa esquecer, Ver. Isaac Ainhorn!

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)

 

Eu sei, tudo é mais alto, tudo é mais alto, inclusive o interesse popular! Eu pedi que fosse convocado extraordinariamente para que em pouco tempo, em 2 horas – até não foram 2 horas, eu pedi meia hora, mas aí foi pedido vista por 2 horas -, eu pedi que fosse acelerado, foi acelerado e nós tínhamos pensado em convocar extraordinariamente a Casa para o dia de amanhã. E com isso o que estão fazendo? Impossibilitando a Mesa que convoque a Casa para o dia de amanhã.

A Mesa aceita, mas acima de tudo está o interesse popular!

Está encerrada a Sessão, convocando a próxima para segunda-feira, às 14 horas, esperando que se vote o Orçamento da Cidade que, realmente, é muito importante. Muito obrigado a todos, em especial aos servidores pela paciência que tiveram de ficar acompanhando esta Sessão que, na realidade, não se realizou.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Saúde e paz!

 

(Encerra-se a Sessão às 20h14min.)

 

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